Portugal Telecom perde fatia em fusão com Oi após dívida não paga pela Rioforte

portugal telecomA Portugal Telecom foi forçada a aceitar um corte em sua parte na companhia resultante da fusão com o grupo brasileiro Oi após uma holding da família Espírito Santo ter falhado em pagar mais de 1 bilhão de dólares que devia à empresa portuguesa.

O maior grupo de serviços de telecomunicações de Portugal disse que vai tomar medidas legais para tentar recuperar a dívida da empresa de controle familiar Rioforte, que venceu na terça-feira.

A revisão dos termos da fusão com a Oi é a consequência de maior impacto até agora dos crescentes problemas do clã Espírito Santo, outrora uma das principais dinastias de negócios da Europa.

O império de negócios da família está em desordem desde o surgimento de irregularidades contábeis em uma de suas holdings, colocando Portugal e o banco fundado pela família, o Banco Espírito Santo (BES), sob pressão diante de dúvidas acerca de perdas potencialmente desestabilizadoras.

O não pagamento pela Rioforte, holding que detém alguns dos maiores ativos da família, dos 847 milhões de euros (1,15 bilhão de dólares) em notas promissórias compradas pela Portugal Telecom fará a empresa de telecomunicações deter fatia de 25,6 por cento na companhia resultante da união com a Oi, ao invés dos 37 por cento originalmente acertados.

Embora a revisão seja um revés para a Portugal Telecom, a reformulação do acordo tranquilizou os investidores de que a fusão, concebida para criar uma gigante de telecomunicações com 100 milhões de assinantes e 19 bilhões de dólares em receita anual, seguirá em frente.

“Em nossa opinião, este acordo é significativamente positivo para os investidores da Portugal Telecom e modestamente positivo para os investidores da Oi, sendo do interesse de ambas as partes progredir com a fusão”, disse Mark Chapman, da Credit Insights.

Embora a nova empresa resultante da fusão possa ver sua dívida rebaixada para grau especulativo devido à dívida não paga, as ações da Portugal Telecom subiam 4,6 por cento às 7h56 (horário de Brasília), refletindo alívio com o prosseguimento da fusão. Os papéis tinham caído mais de um terço nas últimas semanas em função das preocupações com a operação.

As ações do BES, por sua vez, subiam 17,6 por cento no mesmo momento, também se recuperando da baixas históricas na terça-feira.

 

Fonte: Reuters

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