A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, passou a representar para o governo Dilma Rousseff algo parecido com o papel desempenhado pelo então ministro das Comunicações, Sergio Motta, para a gestão FHC. Isso com todas as ressalvas, notadamente no que diz respeito à irretocável postura da executiva na vida pública.
Em comum com “Serjão”, apenas o fato de que Graça, sozinha, já vale por uma tropa de choque. A presidente da Petrobras chamou para si toda a celeuma em torno da estatal. Estrategicamente, anunciou, de forma veemente, a criação de uma comissão interna para apurar todas as denúncias, antecipando-se ao seu comparecimento ao Senado, previsto para o próximo dia 8. Graça age, não é de hoje, como um para-raios da Presidência da República, numa conduta que não encontra paralelo em qualquer outro integrante do governo. O Palácio do Planalto reconhece na executiva seu grande trunfo para enfrentar os ataques à Petrobras, que se tornou o principal alvo da oposição na campanha eleitoral. É bom recordar que Graça tem carregado em suas costas largas toda a pressão decorrente da defasagem na correção dos preços dos combustíveis. Ressalte-se ainda que a gestão de Graça Foster não é de quem está de passagem, até porque ela própria não está de passagem: são 38 anos na estatal. A executiva está aplicando a política de contenção de gastos mais austera da história da empresa. São cortes que vão do cafezinho à renegociação com fornecedores de broca. Pode se dizer que ela está pagando, com juros, a confiança que recebeu de Dilma Rousseff ao ser nomeada para o comando da Petrobras.
Fonte: Relatório Reservado
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