Com o bom resultado dos governos regionais, o setor público brasileiro surpreendeu e registrou superávit primário de 2,130 bilhões de reais em fevereiro, muito melhor do que o esperado, mas ainda mantendo o quadro de incertezas sobre o cumprimento da meta neste ano.
Com o desempenho, no mês passado, a economia para pagamento de juros da dívida ficou em 1,76 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 12 meses, aproximando-se da meta ajustada para o ano, de 1,9 por cento, informou o Banco Central nesta sexta-feira.
Analistas consultados pela Reuters mostrava que as expectativas eram de saldo primário negativo de 500 milhões de reais.
Em fevereiro, os Estados e municípios registraram saldo primário positivo de 5,468 bilhões de reais, somando no ano superávit de 12,709 bilhões de reais.
Até aqui, os governos regionais têm melhor desempenho do que o próprio governo central –governo federal, Previdência Social e BC–, que registrou déficit de 3,389 bilhões de reais no mês passado. Nos dois primeiros meses do ano, registra saldo positivo de 9,16 bilhões de reais.
Na véspera, e com metodologia diferente, o Tesouro já havia anunciado déficit primário de 3,078 bilhões de reais no mês passado para o governo central, num dado ruim influenciado por receitas fracas e despesas altas.
“Início do ano é favorável a resultados fiscais de governos regionais porque concentra recolhimento de tributos importantes, como IPVA e IPTU”, afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a jornalistas. “Naturalmente não se deve esperar superávits da ordem de 5 bilhões (de reais) dos governos regionais à frente”, acrescentou ele.
Para analistas, a dinâmica de mais gastos e receitas menores neste ano, afetadas pelo crescimento econômico ainda fraco, ainda indicam que a meta de primário não deve ser cumprida neste ano.
Fonte: Reuters
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