Haddad rebate Zema sobre dívida dos estados: “Esconde a verdade”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (16) que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-RS) “esconde a verdade” ao criticar a lei que trata da dívida dos estados. O texto foi sancionado com vetos por Lula (PT) na segunda-feira (13) e tem sido criticado desde então pelos governadores dos estados que devem mais à União.

“O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, usou esta rede para atacar o governo federal, mas, como é de praxe do bolsonarismo, esconde a verdade. Primeiro, esqueceu de mencionar que se reuniu comigo e apresentou uma proposta para a renegociação de dívidas bem menor que a aprovada e sancionada agora”, escreveu o ministro em seu perfil no X (antigo Twitter).

E continuou: “O governador também parece ter se esquecido de outra informação: o veto citado por ele simplesmente pedia que a União pagasse dívidas dos estados com bancos privados”, afirmou.

Haddad aproveitou para alfinetar o governador. Ele citou que, embora Zema adote um discurso de combate aos privilégios no setor público, aumentou o próprio salário em 298% em 2024, durante a vigência do Regime de Recuperação Fiscal do Estado.

O salário do chefe do Executivo mineiro passou de R$ 10.500 (valor que vigorava desde 2007) para R$ 41.845,49 ao mês. A inflação acumulada no período foi de apenas 152,76%.

O governador Romeu Zema afirmou ontem (15) em entrevista que o estado só vai aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) se os vetos de Lula ao texto caírem. Na terça-feira (14), fez uma crítica ao texto em seu perfil no X, dizendo que “o governo federal quer que os estados paguem a conta de sua gastança”.

“Com vetos ao Propag, Lula quer obrigar os mineiros a repassar R$ 5 bilhões a mais em 2025 e 2026, apesar do recorde de arrecadação federal: R$ 2,4 trilhões em 2024. É dinheiro para sustentar privilégios e mordomias”, escreveu.

Zema também disse que o governo deveria focar seus esforços em diminuir os próprios gastos administrativos. “Enquanto os estados lutam para equilibrar contas, o Planalto mantém 39 ministérios, viagens faraônicas, gastos supérfluos no Alvorada e um cartão corporativo sem transparência. Até quando o contribuinte vai bancar essa desordem?”, questionou.

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