Os trabalhadores da Mercedes da unidade de São Bernardo do Campo (no ABC paulista) decidiram cruzar os braços por 24 horas, a partir da manhã desta quarta-feira (7), em retaliação à demissão de 244 funcionários, realizada pela montadora nos últimos dias de dezembro. As informações são do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Procurada, a Mercedes informou que vai emitir comunicado nesta tarde.
Ontem, cerca de 4 mil trabalhadores da Mercedes que regressaram à fábrica na segunda-feira (5), manifestaram solidariedade aos 244 companheiros que não tiveram o lay off renovado e foram demitidos no final do ano passado. O apoio aconteceu durante assembleias realizadas nas entradas dos turnos da manhã e da tarde de ontem e foram um protesto contra a atitude unilateral da empresa.
A paralisação ocorre um dia depois dos metalúrgicos da Volkswagen no polo automotivo decretarem greve em todos os turnos após a demissão de 800 trabalhadores. Segundo o sindicato, os cerca de 13 mil funcionários aderiram ao movimento, com votação em todos os turnos de trabalho. “Além deles, a ameaça de demissão existe para outros 1.300 trabalhadores, já que a Volks anunciou publicamente sua avaliação de que existem 2.100 excedentes na fábrica do ABC”, informou o sindicato.
As demissões na Volkswagen foram informadas por cartas, recebidas nos dias 30 e 31 de dezembro. A correspondência pedia que os demitidos se apresentassem ao departamento de Recursos Humanos nesta terça-feira. O Sindicado dos Metalúrgicos do ABC alega que a empresa tem um acordo que dá estabilidade aos funcionários até 2016 e a demissão foi uma medida unilateral e sem negociação.
Segundo a Volkswagen, as desmissão ocorreram em “razão do cenário do setor automotivo, diversas medidas de flexibilização da produção foram aplicadas desde 2013, como por exemplo férias coletivas, suspensão temporária dos contratos de trabalho (lay-off), entre outras. No entanto, todos os esforços não foram suficientes.”
A Mercedes tem hoje, na unidade de SBC, 11 mil funcionários, sendo que 1.200 estavam em licença-remunerada. Além dos 244 demitidos, uma parcela dos empregados teve a licença renovada até 30 de abril.
Fonte: Ig
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