Como usar o saque do FGTS: quitar dívidas, criar reserva ou investir?

A Caixa Econômica Federal iniciou a liberação do saldo retido no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário na quinta-feira (6/3). A medida provisória, que autoriza o saque dos valores retidos para brasileiros que foram demitidos entre 2020 e fevereiro de 2025, terá o valor total liberado de R$ 12 bilhões para mais de 12 milhões de trabalhadores.

Para os saques de até R$ 3 mil, os recursos serão creditados diretamente na conta bancária cadastrada. Já quem tem direito ao saldo superior a R$ 3 mil, receberá o restante em uma segunda parcela a partir de 17 de junho.

Para os brasileiros que estão endividados, a melhor opção é quitar os débitos, conforme aconselha o especialista em finanças pessoais e investimentos, Renan Diego. De acordo com ele, essa é a melhor opção, já que os juros de uma dívida são sempre muito maiores do que os juros que você vai receber de um investimento.

No entanto, ele ressalta que existem dois tipos de dívida, a ruim e a boa. “A ruim é aquela em que você está negativado, quando não está conseguindo quitar as prestações, e em consequência acaba sujando o nome. Então, se é possível tirar o FGTS para finalizar esse débito, faça isso”, diz.

“Para quem tem um financiamento de um carro ou de uma casa, o que demora de 10 a 30 anos, e você consegue pagar todos os meses, essa é uma dívida boa, porque ela cabe no orçamento e é considerada uma despesa mensal”, indica Renan.

Ainda de acordo com o especialista, para os brasileiros negativados que buscam quitar as dívidas consideradas ruins, é recomendado procurar pelos Feirões Limpa-Nome, promovidos pela Serasa. “Vale ressaltar que só faz sentido utilizar o saque do FGTS se esse valor for o necessário para quitar a dívida por inteiro. Isso porque não faz sentido usar o benefício para pagar somente uma parcela da quantia, principalmente por conta dos juros”, afirma.

Outra dica para quem possui dívidas é iniciar o contato com as instituições que elas tenham essa pendência, informando que irão receber esse valor e que querem quitá-las de uma vez por todas. Mesmo que não tenha o valor total do débito, é interessante para as instituições financeiras zerarem a dívida, mesmo que seja por um valor mais descontado.

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Para o especialista em finanças, o planejamento financeiro também é fundamental. Com a construção de uma reserva de emergência uma segurança maior será proporcionada. Sem precisar, por exemplo, recorrer a empréstimos na hora do aperto, que sempre possuem juros muito altos. “Existe o padrão, o básico é que você tem uma reserva financeira e todo mundo precisa ter. Mas, cada pessoa tem um sonho e um desejo, com esse planejamento, é possível financiar um imóvel e quitá-lo o quanto antes”, destaca.

“O mesmo acontece com a compra de veículos, também há quem sonha em conhecer o mundo e sabemos que viagens internacionais também são caras, com a reserva é possível alcançar essa meta com um pouco mais de facilidade”, acrescenta.

Segundo Renan Diego, para quem não possui dívidas e já possui uma reserva financeira, e procura aplicar o saque do FGTS, há uma vasta cartela de opções de investimentos a depender do perfil do investidor.

É possível iniciar investimentos que têm uma liquidez diária, como Tesouro Selic, que é o investimento mais seguro do país, além de poder tirar o dinheiro a qualquer momento. “Se a pessoa já tem uma reserva, que já está em uma liquidez diária, já consegue tirar a qualquer momento, o segundo passo é começar a investir com foco na sua aposentadoria”, aconselha.

“Isso é possível através de investimentos de longo prazo, ou seja, que são atrelados ao IPCA. Como, por exemplo, Tesouro IPCA+, que protege o seu dinheiro contra a inflação e começa a colocar em fundos de investimento mobiliário”, acrescenta.

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