Rui Costa diz que governo fará ‘conjunto de intervenções’ para conter preços dos alimentos

O governo vai fazer um conjunto de intervenções para tentar conter a alta do preço dos alimentos. A informação foi dada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O assunto foi uma das principais cobranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião ministerial de segunda-feira (dia 20), quando o petista pediu para ministros que apresentem já nos próximos dias medidas para mitigar a inflação.

As ações deverão ser debatidas em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e da Fazenda, Fernando Haddad.

— Vamos fazer algumas reuniões para buscar um conjunto de intervenções para o barateamento dos alimentos — declarou Costa, acrescentando: — No final ano passado, o presidente fez uma reunião com a rede de supermercados com a mesma pauta. A rede sugeriu algumas medidas e vamos implementá-las agora no primeiro bimestre.

Massa salarial

O chefe da Casa Civil disse ainda que o aumento da massa salarial também tem empurrado os preços:

— Se quem está vendendo sabe que a pessoa está com um salário maior, o vendedor vai testando para ver se o consumidor se dispõe a pagar um preço maior. Se o consumidor não procurar muito, não pechinchar muito, isso tende a puxar uma elevação de preço.

A inflação elevada é tida por integrantes do governo como um dos fatores mais importantes para a queda de popularidade da gestão de Lula.

Alimentos e bebidas formam juntos a categoria que liderou a inflação de dezembro medida pelo IPCA, com alta de 1,18%. O índice fechou o mês em 0,52%. Em 2024, a alimentação em casa ficou 8,23% mais cara, de acordo com o IBGE.

Na reunião de segunda, conforme o GLOBO mostrou, Lula teria afirmado que concorda com a visão de Haddad sobre o aumento dos preços: de que a inflação se deve primordialmente à economia aquecida. A subida de preço no ano passado, na visão da equipe econômica, se deve também a fatores conjunturais, como eventos climáticos extremos, a desvalorização cambial, e aumento da demanda externa por produtos como carne e café.

Crise do Pix

Costa também responsabilizou a atuação “burocrática” de integrantes do governo pela crise provocada após a implementação de uma norma que aumentaria a fiscalização da Receita Federal sobre movimentações financeiras, incluindo o Pix. Após o intenso desgaste provocado, já que a oposição usou o tema especialmente nas redes sociais, o governo recuou.

— O presidente pediu na última reunião que antes de fazer qualquer anúncio, seja portaria ou outra decisão, a gente primeiro comunique. Se a gente não comunica antes, a mentira chega e se instala e você tem que lutar muito para desmentir. Foi o que aconteceu nesse episódio do Pix. O que o presidente reafirmou e vamos fazer é chamar atenção de todos os secretários para que aquilo que impacte a população não se faça de forma burocrática e automática. Você precisa explicar antes de publicar — disse Costa.

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