Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Acir Gurgacz, Luiz Sérgio e Paulo Teixeira
Passei o dia na rua, mas eis um resumo dos últimos 5 golpes contra o Brasil:
1) Cunha defende Dilma
Eduardo Cunha passou a defender Dilma Rousseff, dizendo que “o fato por si só” da existência das pedaladas, “sem configurar a atuação da presidente no processo” de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), “não significa que isso seja razão” de impeachment:
“Por exemplo, se os bancos públicos se juntaram e não pagaram. Aí a responsabilidade é dos bancos. Não se pode tirar conclusão precipitada. É preciso muita cautela.”
Não falei que “briga de amor não dói“?
As pedaladas consistiram justamente em tornar os bancos públicos credores da União, não o contrário. A LRF proíbe que o Tesouro os deixe na mão, conforme exaustivamente explicado pelo procurador Júlio Marcelo, inclusive neste blog.
Dilma não teve cautela com o dinheiro da população brasileira. Cunha só tem cautela para puni-la porque teme perder a moeda de troca que a caneta do impeachment lhe dá.
Enquanto ele afaga Dilma, no entanto, o vice-líder do governo, deputado Silvio Costa (PSC-PE), pede à PGR o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. Abre o olho, ‘Pinguim’!
2) Renan dá tempo a Dilma
Após idas e vindas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), venceu o duelo com a presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), e conseguiu dar os 45 dias para o governo Dilma se defender do parecer do TCU sobre as irregularidades nas contas de 2014, incluindo as pedaladas fiscais.
Renan, réu num caso indefinidamente adiado no STF petista, é um esforçado “office-boy do PT“.
3) Gurgacz desvincula reprovação de contas e impeachment
O senador Acir Gurgacz, relator do processo que analisa as contas de 2014 do governo e – oh, surpresa! – réu no STF por supostos estelionato e crime financeiro, afirmou ao Estadão que a reprovação das contas não está relacionada ao impeachment:
“Não tem nenhuma relação a reprovação das contas da presidente com a questão do impeachment. São coisas totalmente separadas, que não se cruzam em momento algum.”
De acordo com o relator, diz o jornal, a rejeição das contas tornaria a presidente inelegível, mas não acarretaria em afastamento do cargo.
O PT tem uma vasta equipe de “office-boys”.
4) CPI da Petrobras acaba em pizza
A CPI da Petrobras acabou em pizza, conforme este blog anunciou lá no começo, oito meses atrás.
Tornou-se mero instrumento político para barrar apurações de interesse da sociedade e desacreditar delatores do escândalo, sobretudo os que narraram como Cunha, Lula, ministros e ex-ministros do governo, além de José Dirceu, beneficiaram-se dos desmandos na estatal.
O relator Luiz Sérgio (PT-RJ), autor de um parecer final vergonhoso aprovado pela comissão, ainda atacou a legitimidade da Operação Lava Jato, da Polícia Federal e do Ministério Público.
5) PT barra Bumlai (Lula) em outra CPI
O PT barrou a convocação do melhor amigo de Lula na CPI dos Fundos de Pensão.
O depoimento do pecuarista José Carlos Bumlai, acusado pelo delator Fernando Baiano de ter recebido dele 2 milhões de reais em propina destinada a uma nora de Lula, poderia ser mais um caminho para confirmar o envolvimento do petista nos escândalos de corrupção desvendados pela Lava Jato.
O pedido de convocação foi feito pelo deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), mas a tropa de choque petista, comandada por Paulo Teixeira (PT-SP) – que disputa com Wadih Damous a sucessão de José Eduardo Cardozo na pasta da Justiça – manobrou para tirar o item da votação, com apoio do também petista Ênio Verri (PT-PR) e de parlamentares do PMDB.
Esses pizzaiolos, claro, sabem muito bem que, se Bumlai cair, Lula também cai.
A propósito:
Lula, o pai do mensalão, do petrolão e das pizzas, disse que dorme com a consciência tranquila – o que, sendo verdade ou mentira, só depõe contra o nível moral de sua suposta consciência.
Fonte: Veja Felipe Moura
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