Caso se confirme, a negativa do BNDES representará um duro golpe para Ogari Pacheco. Sem os recursos do banco, boa parte dos mais de 20 projetos em andamento no Cristália para a produção de medicamentos biotecnológicos poderá voltar para o fundo da gaveta.
Será uma brusca freada para uma empresa que, nos últimos anos, só fez acelerar. As acusações de formação de cartel e combinação prévia de preços com outros 14 laboratórios batem justamente naquele que foi o grande motor de arranque da companhia: a estreita relação com o setor público. Há cinco anos, o Cristália não faturava sequer R$ 600 milhões.
Em 2015, suas receitas devem superar a marca de R$ 1,8 bilhão. Mais de 70% deste valor vêm de contratos com o governo. No mesmo período, aliás, o número de patentes sob registro da empresa pulou de pouco mais de 30 para quase 80 licenças.
O Cristália também chama a atenção no setor pelo colar de PPPs com laboratórios e centros de pesquisa estatais, uma parte expressiva fechada durante a gestão de Alexandre Padilha no Ministério da Saúde. A proximidade com o poder ajudou a construir a fortuna e, sobretudo, a fama de Ogari Pacheco. Para o bem e para o mal.
Fonte: Blog Relatório Reservado
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