O Banif vai deixar o Brasil até o fim do ano. Palavra do próprio presidente mundial do grupo, Jorge Tomé, transmitida aos executivos do banco no país. Segundo o RR apurou, os portugueses pretendem anunciar a venda, em um só pacote, das operações no Brasil, Malta e Cabo Verde antes da primeira assembleia geral de acionistas de 2015, prevista para meados de janeiro. Daqui a pouco até os próprios dirigentes da subsidiária brasileira vão torcer para que o prazo dado por Tomé não seja uma promessa de festim. O que está por vir ainda é uma incógnita, mas, entre os executivos, a sensação é de que nada pode ser pior do que o atual momento do banco, marcado por um vazio estratégico, queda do volume de negócios e resultados declinantes. Procurado pelo RR, o banco não retornou.
O Banif Brasil nunca chegou perto dos andares mais altos da banca nacional, mas por longo tempo conseguiu manter uma curva ascendente em suas operações, sugerindo até voos mais altos no país. Tudo começou a mudar em 2012, quando o grupo vendeu sua corretora para os patrícios da Caixa Geral de Depósitos, num prenúncio do que estava a caminho. A partir de então, a instituição entrou num estado de catalepsia, que se acentuou depois que os portugueses anunciaram a intenção de vender todas as suas operações no país, novela que se arrasta há exatamente um ano.
Nos últimos meses, mais preocupada em se livrar de suas colônias bancárias ultramarinas, Lisboa teria virado as costas para a Terra de Vera Cruz. A paralisia se reflete nos indicadores do banco, que encolhem mês a mês. No período de aproximadamente um ano, o volume de ativos do Banif caiu de R$ 1,7 bilhão para R$ 1,2 bilhão. No mesmo intervalo, o banco perdeu quase 30% dos seus depósitos, que recuaram de R$ 1 bilhão para algo próximo de R$ 700 milhões.
Fonte: Blog IG Relatório Reservado
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