A TAM Aviação Executiva (TAM AE), controlada pela família Amaro, que é sócia dos Cueto na Latam, planeja ter a liderança na manutenção da aviação executiva na América Latina em cinco anos. Para isso, Mauricio Rolim Amaro, presidente do conselho de administração da Latam, projeta elevar o faturamento em 10% ao ano, até atingir R$ 250 milhões em 2019.
No mercado brasileiro, a estratégia agora é avançar no Nordeste. A frota nessa região “está crescendo, com demanda que justifica um centro de manutenção”, disse ao Valor Mauricio Rolim Amaro. Mas ele também estuda expandir a operação para o exterior. Questões burocráticas tornam a vinda de aviões de outros países para o Brasil demorada e cara, aponta o dono da TAM AE, empresa que ficou de fora do acordo com os Cueto e é 100% controlada pelos Amaro. “Por isso, vamos ter um centro de manutenção fora do país”, disse Mauricio Amaro, que já negocia com governos da América Latina.
Quando a TAM juntou-se à chilena LAN, para criar a Latam dois anos atrás, Mauricio assumiu, no Chile, a presidência do conselho da nova maior aérea da América Latina. No Brasil, passou a dedicar mais tempo à TAM AE, que fatura cerca de R$ 150 milhões ao ano.
O primeiro passo foi dar uma guinada na linha de receita da companhia. “Nos anos 1990 quase toda nossa receita era de vendas [de aviões]”, disse Mauricio Rolim. “Mas as margens foram diminuindo”, conta, dizendo que as crises – das torres gêmeas, em 2001, e do crédito imobiliário americano, em 2008 – levaram as fabricantes de aviões a pressionarem a rentabilidade dos revendedores.
Há 15 anos, a manutenção era menos de 10% da receita da TAM Executiva; hoje essa unidade responde por 40% do faturamento. O gerenciamento de aeronaves – em que a empresa toma conta do ativo de terceiros – representa 35% e os 25% restantes são das comissões de vendas. “Queremos aumentar a participação da manutenção para mais de 50% em menos de três anos”, disse Mauricio Amaro.
Para isso, o grupo já investiu mais de US$ 25 milhões nos últimos três anos. “Independentemente da economia, a manutenção tem que ser feita. É um negócio com maior previsibilidade”, disse o empresário. “Também por isso, as margens são melhores”, observa, citando uma rentabilidade de “dois dígitos médios”.
Dos US$ 25 milhões gastos em investimentos desde 2012, cerca de US$ 15 milhões foram para o novo centro de manutenção em Aracati (CE), a cerca de 100 quilômetros de Fortaleza, que inaugura em setembro. A área total de hangar da TAM AE aumentará 33% para 60 mil metros quadrados. A empresa tem ainda a possibilidade de dobrar o atendimento em Jundiaí (SP), onde tem 20 mil metros quadrados.
E para atrair demanda para essa oferta, a TAM AE vai diversificar o leque de aeronaves para as quais pode fornecer manutenção. “Já temos de 85% a 90% [da frota] dos Cessna Citation”, disse Mauricio Amaro, referindo-se à fabricante que tem mais aviões voando no Brasil hoje – são 3,6 mil unidades dos 14.639 aviões da frota da aviação geral do país em 2013.
O empresário quer começar a conquistar fatias de serviços de manutenção para modelos da Beechcraft, como o King Air. Esse plano que passa pela obtenção dos certificados junto às autoridades reguladoras do transporte aéreo e das fabricantes. “O King Air pode nos dar um aumento de receita em manutenção de 10% a 15%”, projeta o empresário.
Outra linha do plano foca a capacitação e ganhos de eficiência, na equipe de 415 funcionários. “Nossa produtividade hoje, de oito aeronaves/mês por funcionário, vem crescendo 10% a cada ano”, disse o executivo.
Fonte: Valor Econômico
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