Rio de Janeiro, 7 de agosto de 2014 – O Encontro Nacional de Comércio Exterior (ENAEX) 2014 teve início na manhã desta quinta-feira, 7, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Na abertura do evento, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro (foto), apontou para a necessidade urgente da redução de custos para melhorar a competitividade das exportações do Brasil no mercado internacional de forma rentável. Para isso, declarou o presidente da AEB, tornar a taxa de câmbio neutra é fundamental. “A taxa de câmbio não deve ser um fator de competitividade, mas unicamente um fator de conversão de moeda. O câmbio apreciado pode ajudar no controle da inflação, mas indiretamente estimula as importações”, assinalou.
José Augusto de Castro destacou também o potencial do Brasil para aumentar o volume de exportação de manufaturados. “O Brasil não é um país caro, mas está um país caro. Por isso está mais difícil, hoje, exportar manufaturados”, afirmou. Castro destacou como principais entraves para o comércio exterior brasileiro a elevada carga tributária, a excessiva burocracia e a infraestrutura desintegrada do país. “Temos um sistema tributário obsoleto, antiindustrial, antiexportação, e precisamos de um sistema integrado de infraestrutura, pois sem logística não podemos avançar “, destacou.
O presidente da AEB falou ainda sobre a importância dos setores público e privado caminharem juntos. “Nós, setor privado, e governo temos que caminhar juntos. A competitividade no Brasil precisa ser uma meta de todos”, finalizou.
O ministro de Indústria e Comércio, Mauro Borges, em seu pronunciamento na abertura do evento apontou como um dos principais entraves ao avanço do comércio exterior, o grande hiato de produtividade da economia brasileira, que está por trás do Custo Brasil e perpassa dois grandes déficits estruturais. “O de baixo estoque de capital físico e de capital humano, que são muito aquém da dimensão da economia brasileira”, explicou o ministro. Ele ressaltou que o envelhecimento do parque fabril brasileiro também impacta o Custo Brasil.
De acordo com Borges, a estratégia brasileira é focada no multilateralismo comercial, mas que este só se sustenta com forte relação comercial com a União Europeia, os Estados Unidos e a China, além da integração produtiva com os países da América Latina. “É importante, em relação aos Estados Unidos, por exemplo, que haja incentivos para maior harmonização técnica, mais acordos de cooperação tecnológica e selar um acordo de bitributação”, afirmou o ministro.
Estiveram presentes na abertura da ENAEX 2014 o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Mauro Borges; Ernane Galvêas, consultor econômico da CNC, presidente de honra da AEB e ex-ministro da Fazenda; Antonio Henrique Silveira, secretário-executivo da Secretaria de Portos da Presidência da República; Daniel Godinho, secretário de Comércio Exterior do MDIC; Ernani Argolo Checcucci Filho, subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Secretaria da Receita Federal do Brasil; Mauricio Borges, presidente da Apex-Brasil e Benedicto Fonseca Moreira, presidente do Conselho de Administração da AEB.
O ENAEX 2014, que tem como tema “Propostas para a Redução de Custos no Comércio Exterior”, prossegue amanhã (8) debatendo temas como as perspectivas para a evolução do comércio exterior de serviços, financiamento e garantia às exportações e logística de transportes. Estão previstos ainda workshops sobre os dois anos do Siscoserv, drawback e licenciamento de importações e, ainda, sobre zona de processamento de exportação, além de uma reunião dos membros do Conselho de Autoridades Portuária (CAP), que vai focar o papel dos CAPs e a importância da gestão corporativa nos portos organizados nacionais.
Fonte: Blog Radar Econômico
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