A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa (Cade) decidiu impugnar a operação de compra dos ativos da Solvay Indupa pela Braskem por considerar um potencial anticompetitivo na transação, segundo despacho publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira.
Em comunicado enviado por e-mail, a Braskem afirmou discordar da decisão, ressaltando ao mesmo tempo que a conclusão da Superintendência não tem força de decisão e que irá apresentar sua manifestação no prazo de 30 dias para obter a aprovação da operação pelo plenário do Cade.
O acordo entre as empresas, anunciado no fim do ano passado, considera a compra pela Braskem da produtora de PVC e soda Solvay Indupa, que pertence à Solvay Argentina, que por sua vez, faz parte do grupo belga Solvay.
“A Braskem entende que o mercado relevante de PVC e soda cáustica é internacional, em linha com a jurisprudência consolidada do Cade para as resinas termoplásticas”, informou a petroquímica brasileira no comunicado.
“De fato, os preços praticados no mercado brasileiro seguem a dinâmica de preços do mercado internacional, sendo a Braskem uma tomadora de preços e não uma formadora de preços. Além disso, com a aquisição da Solvay Indupa, a participação da Braskem em PVC e soda cáustica no mercado internacional será de 2 e 1 por cento, respectivamente, o que não representa uma ameaça à competição.”
A Braskem afirmou também que se mantém confiante na aprovação da transação pelo órgão antitruste.
Em maio o Cade já havia pedido mais informações sobre o acordo entre as empresas, o que foi considerado “algo corriqueiro” pela Braskem.
A Solvay Indupa tem duas unidades industriais integradas próximas a grandes mercados consumidores, uma em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, e outra em Bahía Blanca, na Província de Buenos Aires.
Fonte: Reuters
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