Economistas de instituições financeiras voltaram a elevar a projeção para a inflação neste ano, ao mesmo tempo em que reduziram a estimativa para o crescimento econômico e deixaram inalterada a perspectiva para a política monetária. A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que a projeção para o IPCA neste ano agora é de 6,43 por cento, ante 6,39 por cento na semana anterior. Com isso, a projeção volta a se aproximar do teto da meta do governo, que é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Embora a inflação tenha desacelerado em abril para 0,67 por cento sobre o mês anterior, ela permanece em níveis elevados e vem prejudicando o consumo no país. Em março, as vendas varejistas recuaram 0,5 por cento sobre o mês anterior, afetadas pelos preços elevados. O Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, vê o IPCA estourando o teto da meta este ano, a 6,62 por cento, ainda que 0,07 ponto percentual abaixo da pesquisa anterior. Para 2015, o Focus aponta expectativa de inflação de 6,00 por cento, inalterada ante a pesquisa anterior, enquanto nos próximos 12 meses os economistas veem o indicador a 5,88 por cento, também sem mudanças.
CRESCIMENTO
Em relação à economia, os economistas reduziram a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 a 1,62 por cento, ante 1,69 por cento na semana anterior.
Ao longo dos três primeiros meses deste ano, a atividade perdeu fôlego, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), que recuou 0,11 por cento em março sobre fevereiro.
Por outro lado, os economistas consultados no Focus elevaram a projeção para a expansão do PIB em 2015 em 0,10 ponto percentual, a 2,0 por cento.
Já as perspectivas para a política monetária não mudaram, em meio às indicações já dadas pelo próprio BC de que não deve elevar o juro básico este mês, movimento que ganhou força com o enfraquecimento das vendas varejistas em março. Dessa forma, os economistas consultados no Focus mantiveram a perspectiva de manutenção da Selic em 11 por cento na reunião dos dias 27 e 28 do Comitê de Política Monetária (Copom). E também não sofreu alteração a perspectiva de que a Selic encerrará o ano a 11,25 por cento, com uma alta de 0,25 ponto percentual em dezembro. Já o Top-5 de médio prazo projeta a taxa básica de juros este ano a 11,50 por cento, ante 11,75 por cento na semana anterior.
Fonte: Reuters
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