Petrobras veta fornecimento de gás a térmica da Eletrobras por calotes

A Petrobras alertou autoridades do setor elétrico que não vai fornecer gás natural para abastecer uma termelétrica da também estatal Eletrobras em Manaus, cujas obras estão próximas de serem concluídas, devido às enormes dívidas da elétrica pelo fornecimento de combustível a outras usinas.

A Amazonas Energia, unidade da Eletrobras responsável pelo suprimento de eletricidade no Amazonas e pela construção da termelétrica, já acumula uma dívida de mais de R$ 2,5 bilhões com a Petrobras pelo combustível utilizado em termelétricas na região.

Mauá 3

Agora, a usina Mauá 3, orçada em R$ 1,2 bilhão e com 590 megawatts em capacidade, corre o risco de não ter como operar. Segundo relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a usina prepara-se para colocar a primeira turbina em operação em maio deste ano.

“Por parte da Petrobras, em decorrência dos deveres de diligência, lealdade e probidade de seus administradores, não há qualquer disposição em viabilizar a ampliação do consumo de um combustível que estruturalmente não vem sendo pago”, disse a Petrobras em carta a dirigentes da Aneel, enviada na semana passada.

“É importante esclarecer à Aneel sobre a inexistência de qualquer perspectiva de fornecimento de gás natural para a UTE Mauá 3”, reiterou a petroleira.

A companhia ressaltou ainda que não assinou qualquer termo de compromisso ou contrato preliminar com a Eletrobras para suprir a térmica e nem assegurou que iria realizar o fornecimento.

A Petrobras também disse que “vê com grande preocupação” o fato de a Aneel ter sinalizado recentemente que espera contar com a entrada em operação da termelétrica no Amazonas neste ano.

No balanço do terceiro trimestre de 2016, a Petrobras declarou ter R$ 15,8 bilhões a receber da Eletrobras, dos quais R$ 8,6 bilhões foram negociados para pagamento parcelado.

Adicionalmente, a Petrobras também disse à Aneel que não teria como atender todo o período de funcionamento da termelétrica da Eletrobras, que tem contrato até 2043, porque as concessões dos campos de onde esse gás seria extraído encerram em 2033.

Procurada pela Reuters, a Petrobras afirmou que não vai comentar as informações do documento. A Eletrobras não respondeu imediatamente a pedidos de comentário da agência.

No final do ano passado, os presidentes das duas companhias, Pedro Parente e Wilson Ferreira Jr., disseram que estavam negociando pessoalmente a enorme dívida da Eletrobras junto à petroleira.

Fonte: Portal G1

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